segunda-feira, 20 de junho de 2011

Refúgio humano para os refugiados


Hoje é Dia Mundial dos Refugiados. Algumas páginas da internet referem-se a data como "dia em que é celebrado", como podemos celebrar o fato de pessoas serem forçadas a saírem de seus países?

De acordo com o Dicionários Houaiss, os verbetes "refugiar" e "refúgio" possuem os seguintes significados:

No entanto, de acordo com a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados (de 1951), são refugiados as pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa. Posteriormente, definições mais amplas passaram a considerar como refugiados as pessoas obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos(Fonte: UNHCR-Brasil)

A causa dos refugiados possui uma grande aliada e embaixadora: Angelina Jolie. O vídeo da campanha deste ano traz um texto curto, simples, mas visceral, no qual a atriz fala, em poucas palavras, o que é ser um refugiado:

"Todos os dias, milhares de pessoas precisam fugir da guerra, da perseguição e do terror. Aliás, uma pessoa em fuga já é um número grande. Uma família obrigada a fugir, é um número grande. Um menino que cresce em um campo de refugiados, é número grande. Um refugiado sem esperança, é número grande."

Link para o vídeo com legenda em espanhol: http://youtu.be/0y1LLNS_fRc


Na década de 80, a foto de uma refugiada na capa da National Geographic chamou a atenção do mundo: Sharbat Gula. Naquela época o Afeganistão era alvo constante de ataques russos, e muitas famílias afegãs refugiaram-se em países vizinhos. Quem não se lembra dos olhos verdes e assustados dessa menina que foi fotografada em um campo de refugiados no Paquistão?


Reencontrada em 2003 pelo mesmo profissional responsável pela foto histórica, o fotógrafo Steve McCurry, Sharbat, na época do reencontro com no máximo 30 anos, contou para a revista sua história: ficou órfã de pai e mãe por volta dos 6 anos, durante um bombardeio soviético que riscou do mapa o vilarejo em que morava. Sem nada mais a perder, ela e quatro irmãos foram levados pela avó ao Paquistão. Para alcançar o país vizinho, caminharam uma semana inteira, afligidos por tempestades de neve. Ao longo de quase dez anos, calcula-se, ela viveu num campo de refugiados. De volta ao Afeganistão do Talibã, em meados da década de 90, ela se casou. Seu marido trabalha numa padaria da cidade paquistanesa de Peshawar, próxima à fronteira afegã. Pelo trabalho, o rapaz recebe o equivalente a 1 dólar por dia. Vítima de asma, Sharbat não suporta o misto de calor e poluição que impregna o ar de Peshawar. Por isso, ela vive a maior parte do tempo na região montanhosa de Tora Bora, que serviu de esconderijo para centenas de terroristas da Al Qaeda e foi duramente castigada por bombardeios americanos no ano passado. Sharbat mora com suas três filhas – Robina, de 13 anos, Zahida, de 3, e Alia, de 1. Uma quarta criança morreu ainda bebê.


No Brasil, algumas cidades terão eventos que celebrarão a data com informação, afinal conhecimento é importante para que qualquer causa humanitária ganhe força. Entretanto, falta uma pergunta: o que cada um de nós pode fazer para amenizar essa situação? Parece-nos que tudo acontece muito distante, em outro país, outro continente. Não importa quantos quilômetros nos separam dos que necessitam de nossa ajuda. Se quisermos de fato ser um instrumento do bem, a palavra "distância" torna-se um incentivo às práticas de ajuda, esperança e amor.

Acesse Agência da ONU para Refugiados e informe-se como ajudar.

A humanidade agradece!

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