sexta-feira, 3 de junho de 2011

Queridinha do meu coração - Katherine Mansfield


[...] O que pode alguém fazer quando tem trinta anos e, virando a esquina de repente, é tomado por um sentimento de absoluta felicidade — felicidade absoluta! — como se tivesse engolido um brilhante pedaço daquele sol da tardinha e ele estivesse queimando o peito, irradiando um pequeno chuveiro de chispas para dentro de cada partícula do corpo, para cada ponta de dedo?

Não há meio de expressar isso sem parecer "bêbado e desvairado?" Ah! como a civilização é idiota! Para que termos um corpo, se somos obrigados a mantê-lo encerrado em uma caixa, como se fosse um violino raro, muito raro? [...] - Extraído do conto "Bliss"


O Twitter apresentou-me a essa fabulosa autora neozelandesa de contos, uma prova de que a internet quando utilizada de forma proveitosa pode gerar bons frutos. No meu caso, o fruto foi a leitura de contos belíssimos que tomaram o meu coração de uma forma que não consigo explicar.

Katherine Mansfield (1888-1923) é considerada a melhor contista da literatura inglesa.  
Bliss, o conto citado acima, solidificou sua carreira literária de tal forma que Virginia Woolf, sua grande admiradora, confessou em seu diário ter sido Katherine Mansfield a única escritora por cujo talento se sentia ameaçada. Aindasegundo um biógrafo da escritora britânica, Virginia Woolf, depois de ler Bliss, teria tomado um porre e gritado num bar: “Eu morro de inveja dessa mulher”. Inveja branca? Quem sabe. A questão é que o talento em Mansfield é inegável e a sede pela descoberta de contos de sua autoria um leme que me conduz no navegar da internet.


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