sexta-feira, 3 de junho de 2011

Espanca-me com teus versos

O nome dela era Flor Bela Lobo. Nasceu em Vila Viçosa, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1894 e deixou-nos em Foz do Douro, Portugal, em 8 de dezembro de 1930.  
Quando descobriu-se poetisa optou por transformar-se em Florbela Espanca para brindar o mundo com versos únicos. 
Precursora do movimento feminista em Portugal vivia a suspirar por um certo Prince Charmant, e inspirada por esses suspiros escreveu muitos poemas.
Gostava de pensar sobre si e os sentimentos que tomavam sua alma de tal forma que sentia-se sufocada. Então, respirava por palavras, vírgulas, pontos, estrofes. Alguns poemas são verdadeiros desabafos e o poema abaixo talvez seja o maior de todos eles.





Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!



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