domingo, 28 de agosto de 2011



Déjame por un instante sumergirme en la locura de los artistas. Olvidar las reglas que impone el hombre para no transgredir todo aquelle que conocemos.
No lo temo la aventura de vivir en un mundo surrealista porque mi espíritu no conoce otra verdad que la que me eleva hasta las fronteras de lo impossible.
El dia que deje de soñar manda-me flores blancas.

Salvador Dali

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E quem precisa de legenda para entender o que se passa nessa fantástica cena?




P.S.: Como havia quebrado o pé durante as filmagens de Zorba, o Grego, o ator Anthony Quinn não pôde fazer a cena da dança na praia conforme estava escrito no roteiro, que previa muitos movimentos. Apesar disto, Quinn rodou a cena, arrastando o pé machucado. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam...
Prosterno-me diante delas...
Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... 
Amo tanto as palavras...
As inesperadas... 
As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem...
Vocábulos amados...
Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho...
Persigo algumas palavras... 
São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema... 
Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... 
E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... 
Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda... 
Tudo está na palavra... 
Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu... 
Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que, se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes... 
São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada... 
Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos... 
Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas.
Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca. mais,se viu no mundo... 
Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas... 
Por onde passavam a terra ficava arrasada...
Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. 
Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma. 
Saímos perdendo... Saímos ganhando... 
Levaram o ouro e nos deixaram o ouro... 
Levaram tudo e nos deixaram tudo...
Deixaram-nos as palavras.

(A Palavra - Pablo Neruda)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ickle e Lardee - os dentes de leite mais fofos do mundo




Um dia um dente de leite bateu à minha porta e disse: 
"- Oi!"  

Assim Inhae Renee Lee, a artista plástica responsável pela criação dessas fofurinhas, define como tudo começou. No começo era apenas um blog, agora ela já publicou o livro - por enquanto disponível só nos Estados Unidos (hello, editoras brasileiras! Queremos esse livro por aqui!) - com algumas aventuras dessa pequena dupla dental e lançou a loja virtual com produtos muito fofos.


Abaixo um vídeo que mostra como Inhae Lee cria os cenários das historinhas.



Eu já estou completamente apaixonada!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Hilda Hilst



Lobos? São muitos.
Mas tu podes ainda
A palavra na língua
Aquietá-los.
Mortos? O mundo.
Mas podes acordá-lo
Sortilégio de vida
Na palavra escrita.
Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.
Raros? Teus preclaros amigos.
E tu mesmo, raro.
Se nas coisas que digo
Acreditares.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Se um dia, já homem feito e realizado, sentires que a terra cede a teus pés, que tuas obras desmoronam, que não há ninguém à tua volta para te estender a mão, esquece a tua maturidade, passa pela tua mocidade, volta à tua infância e balbucia, entre lágrimas e esperanças, as últimas palavras que sempre te restarão na alma: minha mãe, meu pai."

(Rui Barbosa)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Não basta ser ocupado.
A pergunta é: estamos ocupados com o quê?"
(Henry David Thoreau)

"O dia em que nada aprendemos é dia perdido".
(Rui Barbosa)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011


"Ora, tudo é viver, previvendo, é existir, preexistindo, é ver, prevendo. E, assim, está o coração, cada ano, cada dia, cada hora, sempre alimentado em contemplar o que não vê, por ter em dote dos céus a preexcelência de ver, ouvir e palpar o que os olhos não divisam, os ouvidos não escutam, e o tato não sente.
Para o coração, pois, não há passado, nem futuro, nem ausência. Ausência, pretérito e porvir, tudo lhe é atualidade, tudo presença. Mas presença animada e vivente, palpitante e criadora, neste regaço interior, onde os mortos renascem, prenascem os vindoiros, e os distanciados se ajuntam, ao influxo de um talismã, pelo qual, nesse mágico microcosmo de maravilhas, encerrado na breve arca de um peito humano, cabe, em evocações de cada instante, a humanidade toda e a mesma eternidade."
(Rui Barbosa - Oração aos moços)

domingo, 7 de agosto de 2011

Alicia Keys Covers Coldplay's "Clocks" (at iheartradio)


Belíssima versão !

As lágrimas que me fizeram verter, eu perdoo.
As dores e as decepções, eu perdoo.
As traições e mentiras, eu perdoo.
As calúnias e as intrigas, eu perdoo.
O ódio e a perseguição, eu perdoo.
Os golpes que me feriram, eu perdoo.
Os sonhos destruídos, eu perdoo.
As esperanças mortas, eu perdoo.
O desamor e o ciúme, eu perdoo.
A indiferença e a má vontade, eu perdoo.
A injustiça em nome da justiça, eu perdoo.
A cólera e os maus-tratos, eu perdoo.
A negligência e o esquecimento, eu perdoo.
O mundo, com todo o seu mal, eu perdoo.
[...]
[...]
Serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor,
De doar mesmo que despossuída de tudo,
De trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos os impedimentos,
De estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono,
De secar lágrimas ainda que aos prantos,
De acreditar mesmo que desacreditada.

Ela abre os olhos, coloca as mãos na minha cabeça e diz com toda a autoridade que vem do Alto:
– Assim seja. Assim será.

(Paulo Coelho - O Aleph)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mâitre à penser


[...] está expresso, lá onde, refletindo a hipocrisia das declarações de paz em perene contraste com a crua realidade das ações de guerra, coloquei-me a pergunta: "Quem os detém, quem os deterá?". (O Terceiro ausente: ensaios e discursos sobre a paz e a guerra)

Norberto Bobbio, 1989

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Data venia, dotô...

Linguagem jurídica é famosa pelo uso abusado do latim, tanto nas peças quanto nas defesas orais. No entanto, há quem fique confuso com o simples uso da norma culta da língua portuguesa, jurando tratar-se do emprego do latim - quiça do grego. Imagine quando um há de um lado alguém com o mais alto conhecimento da língua portuguesa e do outro alguém que não teve a oportunidade de uma boa educação escolar?

Diz a lenda que Rui Barbosa (grande jurista brasileiro), ao chegar em casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.

Chegando lá, constatou um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe: 

"Oh, bicéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada."

E o ladrão, confuso, diz:
- "Dotô, eu levo ou deixo os pato?" 

Sinto-me viva

Meus mestres estão nos livros cujas páginas são reais e virtuais,  em memórias esquecidas que lembro enquanto digito, rabisco, escrevo e penso. É um momento de ser o que sou.
Cerco-me deles. São meus melhores conselheiros. Mas se conselho fosse bom... eles não o teriam escrito. É muito mais uma oportunidade de reflexão se vista de uma certa perspectiva. Eram sábios demais para se dar ao desperdício da pena em conselhos oferecidos. Tinham o que ensinar, e não palpitar. Uma prática em extinção, infelizmente.
Da amizade com Platão já não sei mais contabilizar os anos. Nossos diálogos são muito reais e inteligíveis, latentes e superficiais. Palavras eternas que fazem minha imaginação seguir um curso incapaz na compreensão do melhor dos navegadores enquanto harmoniza o sextante nas incontáveis estrelas.
Ao encontrar o tempo perdido de Proust, vislumbrei a mim mesma e o menino que tanto amo. Um amor de mãe que se dedica a cada dia para ele tenha ainda mais vida vivida e deixe de ser um mero projetar de uma imaginação que por muitas vezes – ainda bem! – não me permite dormir, relaxar, repousar. Sou tão feliz por escrevê-lo.
Parece-me que sigo o traçado de pensamentos já existentes em mim e no universo, e a maior parte do tempo sinto-me burra, tola e imatura diante de tão profundos conhecimentos. Quero apenas um pó dessa sabedoria. Eu, uma mera iniciante. E que bom é iniciar.
Espero poder acabar. Ou melhor, espero poder continuar o que comecei. Pois o começo do início sempre me é incerto e a chegada do fim é uma incógnita. Só o caminho é divino. Há harmonia nas curvas e desencontros que vivi. Isso é belo!
Que felicidade é viver o caminho que traço no presente. Já não quero mais perder-me no caminho que já percorri. Sigo de hoje para fazer o amanhã. Um dia por sua vez. Assim vivo caminhando. Assim sigo escrevendo.
Penso, escrevo. Logo, sinto-me viva. E isso é muito melhor do que meramente existir. Desculpe Descartes, mas isso é a mais pura verdade. Pelo menos é a minha verdade, e ela me libertou.

(Nina Oliver)