quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pensando o mistério da escrita


A escrita não tem hora marcada para acontecer, mas quando acontece, marca.
Não sabe ao certo os erros do escrito, mas traz a certeza de que quer ser grafada.
Grafando-se no tempo, torna-se atemporal, eterna. 
É inesquecível, mesmo nas tentativas frustadas do fogo em apagar a tinta.
O que a apaga é a não-existência, o medo de torná-la no que é: a letra grafada.
Eis o mistério da escrita que ganha vida no curso dos traços e
respira a cada curva de letra, a cada palavra formada, a cada sentença criada.
É oração de quem escreve e de quem lê.
É redenção. Missão.
Sem hora marcada. Marca.
Fica grafada nas mãos de quem a escreve.
Fica gravada nas mãos invisíveis da escrita.

(Nina Oliver)

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